Câncer de pele: tudo o que você precisa saber sobre a doença

Câncer de pele: tudo o que você precisa saber sobre a doença

O câncer de pele é o tipo de neoplasia (tumor maligno) mais comum entre os brasileiros, mas ainda assim levanta muitas dúvidas e a doença não é levada tão a sério quanto deveria.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca) e Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD),mais de 185 mil novos casos são diagnosticados por ano. Isso representa 33% dos pacientes com câncer no Brasil.

Com tamanha incidência, é essencial aprender mais sobre o câncer de pele, reconhecer os sinais de alerta e, principalmente, colocar em prática as formas de se prevenir. Preparamos este material para explicar tudo o que você precisa saber. Confira!

Como surge um câncer de pele?

Todas as partes do nosso corpo são feitas por células que se multiplicam de forma ordenada, para que os órgãos e os tecidos fiquem saudáveis. Porém, tal processo ocorre em um ciclo para evitar o excesso de células.

O problema é que nem sempre isso acontece como deveria, o que pode gerar uma neoplasia (neo = “novo” e plasis = “crescimento, multiplicação celular”). Nesses casos, as células acabam se multiplicando de forma descontrolada, desordenada e muito mais rapidamente do que as do tecido à sua volta.

Como consequência, há um desenvolvimento celular contínuo, que dá origem aos tumores malignos que crescem com o tempo, podendo invadir os tecidos próximos, o que é chamado metástase.

Vale ressaltar que, no caso dos tumores benignos, apesar de também ocorrer um aumento na multiplicação celular, isso acontece de forma ordenada e lenta. Além disso, não há chances dele invadir outras áreas.

Esse processo de formação de tumor pode ocorrer em todas as partes do corpo. Quando acontece nas células da pele, chamamos de câncer de pele. Existem muitos fatores que podem influenciar essa mudança no ciclo celular, mas nesses casos, a principal é a exposição excessiva ao sol ou outros tipos de radiação ionizante, como câmeras de bronzeamento e raio-x, por exemplo.

Quais são os tipos de câncer de pele?

O câncer de pele se divide em duas categorias, dependendo da célula em que ocorre a formação do tumor. Saiba mais sobre cada um deles.

Não melanoma

A pele, ao contrário do que se pode pensar, não é apenas uma “capa” que recobre a nossa estrutura óssea. Ela é o maior órgão do corpo humano, podendo pesar entre 4 kg a 9 kg, dependendo do tamanho da pessoa. Além disso, conta com três camadas e diversos tipos de células.

No caso do câncer de pele não melanoma, que representa cerca de 95% dos casos, os tumores podem ocorrer em dois tipos específicos: as basais e as escamosas.

Carcinoma basocelular

O carcinoma basocelular é o câncer de pele que ocorre nas células basais, localizadas nas camadas mais profundas desse órgão. Conforme o Instituto Oncoguia, essa neoplasia representa 80% dos casos não melanoma, mas é o menos agressivo.

A doença se desenvolve em áreas que ficam mais expostas ao sol ao longo da vida, como o rosto e o pescoço. Normalmente, o aparecimento ocorre após os 40 anos de idade, uma vez que tem crescimento lento. De forma geral, é raro se espalhar para outras partes do corpo, mas isso pode ocorrer quando não é tratado.

Carcinoma epidermoide

Responsável por 20% dos cânceres não melanoma, o carcinoma epidermoide ocorre nas células escamosas, que ficam localizadas na parte mais externa da pele. Esses tumores também aparecem em partes do corpo que ficam expostas ao sol, como:

  • lábios;
  • orelhas;
  • pescoço;
  • dorso da mão e
  • rosto.

Em algumas situações, apesar de raras, podem surgir ainda feridas crônicas ou cicatrizes na pele da região íntima.

Câncer de pele melanoma

O melanoma é o tipo de câncer de pele menos comum (cerca de 4% dos diagnósticos),mas é mais grave. Ele ocorre nos melanócitos, as células que produzem a substância que determina a cor da pele, chamada melanina.

O desenvolvimento desses tumores é mais frequente em adultos brancos, mas também pode ocorrer em negros, principalmente nas áreas claras, como planta dos pés e palmas da mão. A doença se manifesta como pintas, sinais e manchas, que aparecem em qualquer lugar da pele ou nas mucosas.

Infelizmente, o melanoma é o responsável por mais de 79% das vidas perdidas por câncer de pele. Isso se dá pela sua alta possibilidade de se espalhar para outros órgãos, o que dificulta o tratamento.

Quem tem mais risco de desenvolver câncer de pele?

Todas as pessoas possuem risco de ter câncer de pele. No entanto, alguns grupos precisam ter atenção redobrada aos tumores cutâneos. São eles:

  • pessoas com pele, cabelos e olhos claros;
  • quem se expõe muito ao sol, como trabalhadores ao ar livre;
  • histórico de queimadura solares ou uso de câmaras de bronzeamento artificial;
  • histórico familiar de câncer de pele;
  • pacientes com sistema imunológico enfraquecido;
  • idade avançada;
  • viver em áreas de alta incidência solar;
  • ter muitas pintas ou sinais irregulares no corpo.

Quais são os sinais de alerta?

Ao contrário de muitas condições que causam febre e dor no corpo, por exemplo, o câncer de pele não conta com sintomas assim. Os principais sinais que indicam o desenvolvimento de um tumor são:

  • manchas que coçam, sangram os descamam;
  • pintas ou marcas que mudam de cor, forma ou tamanho;
  • feridas que não cicatrizam após 4 semanas.

Como a maioria dos casos ocorre em áreas do corpo em que há exposição solar, fique mais atento nas pintas e sinais do rosto, do braço, da mão, do pescoço e da orelha. Ao desconfiar dessa doença, visite um dermatologista o mais rápido possível.

No entanto, também é importante reservar um dia para fazer um check-up de todo o corpo, até mesmo das áreas que ficam cobertas por roupas e região íntima. Use um espelho para lhe auxiliar ou, caso prefira, faça isso em uma consulta médica.

Já para a detecção do melanoma, utiliza-se a regra do ABCDE, onde cada letra representa um fator que deve ser analisado na pinta:

  • assimetria: um lado não é igual ou parecido ao outro;
  • bordas: não há delimitação bem definida. As bordas são irregulares;
  • cor: a pinta ou mancha conta com diversos tons;
  • diâmetro: é maior que 5 milímetros;
  • evolução: ocorreu mudança de tamanho, cor ou aparência.

Como é o diagnóstico?

O diagnóstico do câncer de pele pode ser feito por um médico oncologista ou dermatologista, que analisará o possível tumor por meio de um exame chamado dermatoscopia, que permite a visualização das camadas mais profundas. Caso ele veja um crescimento anormal das células, o problema é confirmado através de biópsia.

Caso seja confirmado, há a definição se o câncer é do tipo melanoma ou não melanoma. Dessa forma, inicia-se o tratamento adequado.

As possibilidades de tratamento para o câncer de pele

O tratamento do câncer de pele depende diretamente do grau de estadiamento, assim como o tipo de tumor. Conduto, é comum necessitar de um procedimento cirúrgico para a remoção da lesão. Existem as seguintes técnicas:

  • cirurgia excisional: eliminação do tumor com um bisturi e de uma borda extra de pele, a fim de ter maior segurança de que todas as células malignas foram retiradas;
  • curetagem e eletrodissecção: raspagem da lesão e uso do bisturi elétrico para a eliminação de qualquer célula doente que possa ter restado;
  • criocirurgia: uso de nitrogênio líquido para a destruição do tumor por meio de congelamento;
  • cirurgia a laser: retirada da lesão cancerígena com um laser de dióxido de carbono.

Nos casos de não melanoma, para tumores superficiais ou lesões que são precursoras do câncer, também se recomenda a terapia fotodinâmica, ou seja, a aplicação de uma fonte de luz após o uso de um creme fotossensível.

Enquanto isso, em casos de melanoma com metástase, o tratamento pode ser mais complexo, de acordo com os órgãos afetados pela doença. Assim, há chances do paciente se submeter a sessões de radioterapia, quimioterapia e imunoterapia, por exemplo.

Vale ressaltar que essas são apenas orientações gerais. Somente por meio de um exame, da análise do grau e da avaliação do próprio paciente, torna-se possível traçar a estratégia ideal para cada caso.

Quais são as chances de cura?

Como já falado, o câncer de pele não melanoma é mais fácil de lidar. Ele apresenta altas taxas de cura, visto que na maioria dos casos não há metástase. Já o melanoma tende a causar mais preocupação entre os pacientes, mas isso não é necessário se os tumores forem identificados precocemente.

Nesse estágio, as células cancerígenas ainda estão na parte mais superficial da pele e o tumor não se desenvolveu muito. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, há 90% de chances de cura.

Independente do tipo, o importante é ficar atento aos sinais e ir ao médico assim que notar qualquer anormalidade. Isso aumenta muito as chances de recuperação total.

Como prevenir o câncer de pele?

Tão importante quanto saber sobre os tipos de neoplasias, os sintomas e o tratamento, é entender que, com os devidos cuidados, torna-se possível reduzir as chances de ter câncer de pele. Para promover essa conscientização, é realizada, anualmente, a campanha Dezembro Laranja.

Confira alguns hábitos que podem auxiliar na prevenção da doença:

  • evite ficar longos períodos no sol, principalmente entre 10h e 16h;
  • utilize sempre protetor solar nas partes expostas, como o rosto, os braços, o pescoço e as orelhas;
  • use protetor solar todos os dias, até mesmo quando está nublado ou chuvoso;
  • reaplique o protetor a cada duas horas ou sempre que se molhar ou suar;
  • tenha um protetor labial para evitar tumores nessa região;
  • caso vá à piscina ou praia, utilize roupas com proteção UV;
  • use bonés ou chapéus;
  • não faça bronzeamento artificial (a técnica é proibida pela Anvisa).

Essas dicas devem ser seguidas tanto por mulheres quanto por homens. Converse com um médico dermatologista ou oncologista para saber mais detalhes sobre os cuidados necessários ao seu tipo de pele.

Desmistifique algumas crenças

O câncer de pele ainda é rodeado de crenças errôneas, que prejudicam a prevenção e o diagnóstico rápido. Veja a seguir algumas afirmações que não são verdadeiras.

1. A doença só afeta pessoas brancas

Errado! Apesar de que quem tem pele clara sofre com maiores danos da radiação solar, o câncer de pele pode afetar qualquer pessoa, até mesmo as negras.

2. Crianças e adolescentes não precisam se proteger

A proteção deve se iniciar o quanto antes. A partir dos seis meses de idade, já é indicado que bebês usem protetor solar (com produtos adequados à faixa etária). Isso porque o câncer de pele é cumulativo, ou seja, os danos gerados pela exposição ao sol se acumulam durante os anos para formar os tumores.

3. Só é necessário aplicar protetor solar uma vez ao dia

Mito! O produto perde a eficácia no decorrer das horas. Por isso, como mencionamos anteriormente, é necessário reaplicar o protetor solar a cada duas horas.

4. O câncer de pele não precisa de tratamento

Assim como qualquer outro tipo de câncer, o de pele requer avaliação médica e tratamento. Os tumores podem crescer e gerar ainda mais danos, inclusive estéticos. Isso sem esquecer do melanoma, que tem potencial de metástase.

Ficou com alguma dúvida sobre o câncer de pele?

A equipe de especialistas da Vence Onco de Itajaí está à disposição para solucionar qualquer dúvida que tenha restado sobre câncer de pele e esclarecer outros aspectos da doença. Entre em contato e cuide-se!

Publicado por:
Com foco no paciente, a Vence Onco foi fundada em 2018 pela união de médicos oncologistas que compartilham de uma mesma missão: prestar acolhimento médico baseado na empatia e humanização.