Apesar da grande importância para o amparo de vários tipos de pacientes, os cuidados paliativos ainda estão envolvidos em vários mitos que geram medos, dúvidas e até mesmo preconceitos.
Assim, perdem as pessoas que enfrentam determinadas enfermidades e que poderiam se beneficiar do auxílio prestado pelas equipes multiprofissionais que atuam nessas formas de atendimento.
Vamos, portanto, desmistificar os cuidados paliativos? Preparamos este material para explicar os detalhes dessa assistência e mostrar o que é realmente verdade. Confira!
Por dentro dos cuidados paliativos
O principal mito existente é o de que estes cuidados são destinados apenas aos pacientes em fase terminal. É por isso que algumas famílias nem mesmo aceitam a ideia de oferecer esse tipo de auxílio aos seus entes queridos.
Contudo, a verdade é que essa assistência visa ajudar quem lida com uma doença grave e/ou ameaçadora da vida, com o objetivo de melhorar o bem-estar e a qualidade de vida em si, como é descrito pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Com isso, os cuidados vão além dos aspectos físicos de alívio das dores, por exemplo. Eles também envolvem a tranquilidade mental, convívio social e acolhimento espiritual (quando é da vontade do paciente e sua família).
Os princípios
A OMS lista os princípios básicos dos cuidados paliativos, que esclarecem ainda mais os aspectos desse atendimento. São eles:
- aliviar a dor e outros fatores estressantes, como a dificuldade de se alimentar, falta de ar e fraqueza;
- integrar todos os auxílios físicos, mentais, psicossociais e espirituais;
- promover condições para que os pacientes vivam da melhor forma possível;
- não apressar ou adiar a morte (em meio a isso está a recomendação de não realizar procedimentos invasivos e desconfortáveis que não irão gerar resultados);
- ter uma abordagem multidisciplinar;
- oferecer apoio também aos familiares;
- lidar com a vida e a morte como processos naturais.
Apenas pacientes com câncer podem receber cuidados paliativos?
Como o câncer é uma doença grave e ameaçadora da vida, os pacientes oncológicos estão na lista prioritária daqueles que costumam receber os cuidados. No entanto, o grupo de enfermidades é bem amplo.
Por exemplo: insuficiência renal, esclerose múltipla, doença de Parkinson, demências (como Alzheimer),Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC),AIDS e algumas síndromes genéticas. Vale ressaltar ainda que pessoas de qualquer idade podem ser atendidas pelas equipes de paliativistas.
Somente quando não há mais o que fazer?
Outro mito comum é o que diz que os cuidados paliativos são colocados em prática apenas quando não há mais nada a ser feito em prol da saúde, em termos dos tratamentos usuais. Na oncologia, por exemplo, seriam a quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e outros.
Todavia, a verdade é que os pacientes podem e devem continuar recebendo as demais terapias indicadas para suas doenças, como deixa claro a Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP). A instituição até mesmo diz que, com os cuidados paliativos, “há muito a fazer” em prol do bem-estar.
A equipe de paliativistas
Um time de paliativistas é composto por diversos profissionais. No caso de pacientes com câncer, o oncologista estará presente para manter a estratégia de tratamentos de combate à neoplasia.
Porém, além dele, também é possível receber auxílio de psicólogos, psiquiatras, nutricionistas, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais e líderes religiosos. Existem ainda médicos que atuam com foco destes cuidados.
Cuidados paliativos para toda a família
Familiares e amigos enfrentam momentos de angústia, ansiedade e medo quando veem quem amam com uma doença grave. Por isso, os cuidados paliativos também são destinados a essas pessoas, a fim de promover a elas o acolhimento necessário.
Esse amparo é ainda mais essencial ao cuidador principal, que pode deixar de lado sua própria saúde física e mental para cumprir com as tarefas diárias que envolvem o paciente.
Auxílio sem local fixo
Algumas pessoas ainda acreditam que os cuidados paliativos são realizados apenas dentro de hospitais, mas não é bem assim que acontece. A assistência pode ser feita em qualquer local, como na casa do paciente, clínicas ou em instituições de repouso.
Você gostou de entender o que são os cuidados paliativos?
Esperamos que este material tenha ajudado a derrubar os mitos sobre os cuidados paliativos e mostrar que eles estão relacionados a viver bem, apesar das enfermidades que possam aparecer.
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