5 dicas para planejar a maternidade após o tratamento oncológico

5 dicas para planejar a maternidade após o tratamento oncológico

O diagnóstico de câncer pode adiar diversos sonhos. Felizmente, com a evolução da medicina, vários possuem a possibilidade de serem retomados. Um deles é o desejo pela maternidade após o tratamento oncológico.

Um levantamento da da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco) mostrou que 73% das pacientes analisadas, mulheres jovens diagnosticadas com câncer de mama, engravidaram após o fim do tratamento.

Obviamente, é preciso ter alguns cuidados e, em determinados casos, investir nas tecnologias médicas que contribuem com a fertilidade. Vamos entender mais sobre isso? Confira neste material que preparamos.

Como o tratamento oncológico pode afetar a fertilidade?

Os principais tratamentos contra o câncer, como a quimioterapia, radioterapia e cirurgias, podem afetar a fertilidade feminina de forma temporária ou permanente.

Isso ocorre porque esses procedimentos, embora eficazes contra as células cancerígenas, também impactam as saudáveis, incluindo os óvulos. Alguns dos efeitos mais comuns são:

  • redução da reserva ovariana: a quantidade e qualidade dos óvulos diminui;
  • comprometimento hormonal: alterações hormonais podem interferir na ovulação;
  • complicações uterinas: em alguns casos, a radioterapia na região pélvica afeta o útero, tornando a gestação mais difícil.

É importante ressaltar que cada corpo responde de forma diferente. Portanto, a maternidade após o tratamento oncológico não é algo completamente impossível. Com os cuidados multidisciplinares, mulheres podem realizar esse sonho.

Técnicas de preservação da fertilidade para a maternidade após o tratamento oncológico

Em determinados casos, é possível realizar a preservação da fertilidade antes do início do tratamento oncológico, especialmente quando o diagnóstico permite algum tempo para o planejamento. Vamos listar abaixo as principais técnicas disponíveis.

Congelamento de óvulos

É o método mais comum e indicado para mulheres em idade reprodutiva. Consiste na estimulação ovariana com medicamentos hormonais, coleta dos óvulos e congelamento em laboratório para uso futuro. Os gametas podem ser fertilizados posteriormente com o sêmen do parceiro ou de um doador.

Congelamento de embriões

Semelhante ao congelamento de óvulos, mas neste caso os gametas são fertilizados antes do congelamento. Essa técnica exige que a paciente tenha um parceiro ou utilize sêmen de doador, para que possa usufruir da maternidade após o tratamento oncológico, com uma futura transferência dos embriões ao útero.

Congelamento de tecido ovariano

Indicado para pacientes que precisam iniciar o tratamento com urgência ou para meninas que ainda não entraram na puberdade. Dessa forma, fragmentos do ovário são removidos cirurgicamente e congelados para reimplante posterior. No entanto, é importante saber que se trata de uma opção mais complexa.

Supressão ovariana para maternidade após o tratamento oncológico

Durante a quimioterapia, podem ser administrados medicamentos que colocam os ovários em um “estado de repouso” para tentar protegê-los. Essa técnica ainda é considerada experimental, mas pode ser usada em conjunto com outras estratégias.

Assim, as decisões devem ser tomadas com orientação de uma equipe especializada em fertilidade e oncologia, considerando fatores como idade, tipo de câncer, tempo disponível antes do início do tratamento e o desejo reprodutivo da paciente.

Dicas para quem deseja planejar a maternidade após o tratamento oncológico

Além de conhecer os avanços da medicina que permitem preservar a fertilidade, vale ainda ficar por dentro de outras recomendações que contribuem com a saúde física e mental. Veja abaixo.

1. Consulte um especialista em fertilidade

O primeiro passo é conversar com a equipe médica que acompanha o tratamento. O oncologista pode indicar o momento mais seguro para iniciar o planejamento gestacional.

Além disso, é fundamental o acompanhamento com um especialista em reprodução humana, que irá avaliar a saúde reprodutiva e sugerir os melhores caminhos para alcançar a gravidez.

2. Espere o tempo adequado para tentar engravidar

Após o tratamento, é comum que os médicos recomendem um intervalo antes de iniciar uma tentativa de gravidez. Esse tempo varia de acordo com o tipo de câncer, as terapias realizadas e a resposta do corpo.

A orientação geral da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) é de seis meses a dois anos de espera. O objetivo é fazer com que o organismo esteja recuperado e que não haja riscos à saúde da mãe ou do bebê.

3. Avalie a saúde reprodutiva para maiores chances de sucesso da maternidade após o tratamento oncológico

Mesmo após o fim do tratamento, é necessário realizar exames que avaliem a reserva ovariana, o funcionamento hormonal e a saúde do útero. Entre os testes mais comuns estão o ultrassom transvaginal, dosagem de FSH, LH e AMH (hormônio antimülleriano),entre outros.

Esses dados ajudam a entender as chances naturais de engravidar ou a necessidade de métodos de fertilização para alcançar a maternidade após o tratamento oncológico.

4. Considere as técnicas de reprodução assistida

Nas situações em que a fertilidade fica comprometida, existem alternativas como a fertilização in vitro (FIV), uso de óvulos congelados antes do tratamento (se houve esse planejamento) ou mesmo doação de óvulos, como mencionamos anteriormente.

Cada caso deve ser avaliado com carinho e individualidade. O mais importante é lembrar: existem caminhos para tornar a maternidade possível.

5. Cuide da saúde física e emocional

O processo de recuperação após o câncer é intenso, tanto no aspecto físico quanto emocional. Por isso, é fundamental manter hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, prática de atividade física, acompanhamento psicológico e apoio de uma rede de afeto.

Uma mulher emocionalmente acolhida tem mais força para enfrentar os desafios da maternidade, especialmente depois de uma jornada como a do tratamento oncológico.

O papel da equipe multidisciplinar

Um dos grandes diferenciais no planejamento da maternidade após o tratamento oncológico é contar com uma equipe integrada: oncologistas, ginecologistas, especialistas em reprodução assistida, psicólogos, nutricionistas e outros profissionais trabalham juntos para garantir a melhor orientação e o suporte necessário.

Na Vence Onco de Itajaí, nossos especialistas estão atentos aos desejos dos pacientes, seja antes, durante ou após o tratamento do câncer. Você pode conversar abertamente com eles sobre os seus sonhos e necessidades.

Quando não é possível engravidar?

A maternidade vai muito além da gestação. Para algumas mulheres, engravidar pode não ser viável por questões clínicas, mas isso não impede que o desejo de ser mãe se realize.

Saiba que a adoção, barriga solidária e outras formas de maternidade são alternativas legítimas, cheias de amor e significado.

Mantenha em mente: a maternidade após o tratamento oncológico é possível!

Graças aos avanços da medicina e aos cuidados individualizados, é possível vivenciar a maternidade após o tratamento oncológico. Contudo, planejar esse momento exige informação, apoio profissional e respeito ao tempo de recuperação.

Quer saber mais sobre os diversos cuidados que não podem faltar na vida de quem passa pelo combate ao câncer ou já recebeu alta? Venha conferir nossas publicações nas redes sociais. Estamos no Instagram e no Facebook.

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Com foco no paciente, a Vence Onco foi fundada em 2018 pela união de médicos oncologistas que compartilham de uma mesma missão: prestar acolhimento médico baseado na empatia e humanização.