Impacto do câncer na sexualidade masculina

Impacto do câncer na sexualidade masculina

O combate a um câncer afeta diversos aspectos da vida. Os tumores que impactam os homens, por exemplo, podem deixar sequelas na sexualidade masculina. Esse é um assunto que precisa ser abordado durante o tratamento oncológico.

Afinal, uma rotina sexual saudável faz parte do bem-estar de qualquer pessoa. Porém, o estresse, os procedimentos cirúrgicos e demais condutas para destruir as células malignas prejudicam os fatores do corpo e da mente que estão associados às relações íntimas.

Vamos entender mais sobre o assunto? Preparamos este post para mostrar como alguns tipos de câncer e tratamentos afetam a sexualidade dos homens, mas também as maneiras que as evoluções na medicina ajudam a evitar danos.

As neoplasias e a sexualidade masculina

Alguns tumores são mais associados aos prejuízos gerados à vida sexual masculina. Veja a seguir os três principais e os motivos pelos quais estão nesta lista.

Câncer de próstata

O câncer de próstata é a neoplasia mais comum entre os homens brasileiros, com cerca de 71 mil novos casos diagnosticados por ano, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Também é a doença oncológica mais lembrada por deixar sequelas à sexualidade masculina.

Isso porque o tratamento usual é a prostatectomia radical, ou seja, a retirada total da próstata. Na cirurgia, podem ocorrer lesões no nervo cavernoso e vasos sanguíneos da região, prejudicando a capacidade do pênis de receber sangue e se manter ereto. Assim, o homem tem dificuldade de ter uma ereção, a condição chamada de “disfunção erétil”.

Porém, hoje já é utilizada a cirurgia robótica para a remoção da próstata, que faz com que as ações sejam mais precisas e menos traumáticas. Dessa forma, há maior preservação das estruturas próximas à glândula.

Além disso, o paciente pode usar medicamentos ou fisioterapia pélvica para ajudar a ter ereções. É importante conversar com o médico sobre o tema para entender quais cuidados são indicados em cada caso.

Leia também: A vida após o câncer – como voltar à rotina?

Câncer de testículo e sexualidade masculina

O câncer de testículo costuma afetar homens na idade reprodutiva, dos 15 aos 50 anos. Portanto, a preocupação envolve a fertilidade, pois é necessário retirar a gônada afetada pelas células malignas.

Quando um só testículo é retirado, a produção de espermatozoides e testosterona se mantém, o que ameniza os riscos de infertilidade. Porém, quando os dois são impactados pelo câncer, o paciente precisa tomar outras ações se quiser ter filhos no futuro.

É recomendado fazer o congelamento de espermatozoides antes de passar pelo tratamento, para que esses gametas possam ser utilizados em uma futura concepção.

Câncer de bexiga

Outro tipo de câncer que pode afetar a sexualidade masculina é o de bexiga. O motivo está no fato de que, quando há a necessidade de retirar esse órgão, também é eliminada a próstata, visando evitar o espalhamento de células doentes nas proximidades. Assim, há a mesma chance de disfunção erétil.

Além disso, quando é “construída” uma nova bexiga para o armazenamento de urina, chamada de “neobexiga”, o homem pode lidar com a secura ejaculatória, a situação em que o sêmen entra na bexiga, ao invés de ser expelido.

No entanto, técnicas mais modernas podem preservar os nervos e vasos sanguíneos que geram a ereção. O paciente também tem a opção de passar por reabilitação pélvica e usar próteses penianas para amenizar as sequelas.

Os tratamentos e a sexualidade masculina

As condutas para tratar o câncer também impactam na sexualidade masculina. A fadiga gerada pela quimioterapia, por exemplo, tem o poder de reduzir a libido e a vontade de ter relações. Os remédios quimioterápicos podem ainda prejudicar a produção de testosterona, o hormônio intrinsecamente ligado ao desejo sexual.

Isso sem esquecer do fato de que os medicamentos quimioterápicos atingem diversas células, inclusive os espermatozoides, podendo prejudicar a qualidade deles e atrapalhar a fertilidade. Por isso, não importa qual tipo de câncer, é válido analisar a possibilidade de congelar os gametas.

Já a radioterapia, especialmente quando a radiação atinge a região pélvica, irrita os nervos e vasos sanguíneos, com reflexos na capacidade de ter ereção e chances de gerar ejaculação dolorosa. Outro problema é o risco de infertilidade.

Enquanto isso, a hormonioterapia, utilizada em alguns casos de câncer de próstata, altera os níveis hormonais do organismo e pode gerar a falta de libido, disfunção erétil e mudanças no volume de sêmen.

Aspectos emocionais

Falamos sobre os diversos aspectos físicos do câncer na sexualidade masculina, mas não podemos deixar de mencionar que o diagnóstico e tratamento também abalam a saúde mental e isso se relaciona com a vida sexual.

As mudanças no corpo, os efeitos colaterais, a ansiedade e a depressão, entre outros desconfortos, podem fazer com que o homem não tenha o mesmo desejo de antes ou deixe as relações íntimas de lado.

É fundamental que o paciente seja acompanhado por psicólogos e psiquiatras para poder relatar suas angústias e dúvidas sem medo de julgamentos, assim como receber as orientações que a ajudem a ter mais bem-estar em todos os âmbitos.

Ficou com alguma dúvida sobre a relação entre sexualidade masculina e câncer?

Os efeitos do câncer e dos tratamentos na sexualidade masculina que mencionamos neste texto não são uma “regra”. Cada paciente vivencia impactos diferentes. Portanto, é fundamental conversar bastante com a equipe de oncologistas para definir os cuidados e estratégias que aliviem quaisquer danos.

Caso você tenha ficado com alguma dúvida sobre o assunto, saiba que a equipe de especialistas da Vence Onco de Itajaí está à disposição para ajudar. Entre em contato e mande sua pergunta.

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